COM BRAÇO FORTE - Sempre Firmes!
Élder L. Lionel Kendrick
Dos Setenta
A vida nem sempre é fácil de ser vivida, mas a oportunidade de fazê-lo é uma bênção que transcende nossa compreensão. No decorrer da vida, enfrentaremos dificuldades, muitas das quais nos farão sofrer e padecer dores. Muitas pessoas sofrerão com dificuldades pessoais, enquanto outras sofrerão ao verem seus entes queridos afligirem-se.
A fim de adquirirmos força em nossas dificuldades, precisamos ter uma perspectiva positiva dos princípios do plano de salvação. Precisamos perceber que temos um Salvador pessoal em quem podemos confiar e ao qual podemos recorrer em momentos de necessidade. Precisamos também aprender e viver os princípios que o Senhor concedeu para recebermos a força necessária durante nossas provações.
Esta Terra é o lugar para provarmo-nos dignos e nos prepararmos para voltar à presença do Senhor. Ele explicou: “E assim os provaremos para ver se farão todas as coisas que o Senhor seu Deus lhes ordenar”. (Abraão 3:25)
O Senhor explicou o propósito pelo qual precisamos ser testados durante esta experiência terrena: “Meu povo deve ser provado em todas as coisas a fim de preparar-se para receber a glória que tenho para ele”. (D&C 136:31)
Parte do plano é que “haja oposição em todas as coisas”. (2 Néfi 2:11) Recebemos o arbítrio para escolher entre esses opostos no processo de provação. (Ver 2 Néfi 2:27; D&C 29:35.) Em nossa vida pré-terrena, compreendemos e apoiamos o plano de salvação com os princípios da oposição e do arbítrio. Sabíamos que teríamos experiências nesta vida que nos trariam dificuldades e por vezes sofrimento.
Algumas de nossas dificuldades envolvem a tomada de decisões, enquanto que outras são o resultado de decisões que tomamos anteriormente. Parte de nossas dificuldades resultam de escolhas feitas por outras pessoas, mas que afetam nossa vida. Nem sempre podemos controlar tudo o que acontece conosco nesta vida, mas podemos controlar nossa reação. Muitas dificuldades surgem na forma de problemas e pressões que às vezes causam dor. Outras vêm na forma de tentações, provações e tribulações.
Contudo, as dificuldades fazem parte do sagrado processo de santificação. Não há maneiras fáceis ou cômodas de santificarmo-nos a ponto de nos preparar para viver na presença do Salvador. E pode haver bênçãos nos fardos que carregamos. Em conseqüência dessas tribulações, nosso caráter torna-se mais semelhante ao de Cristo.
Embora essas experiências possam causar dor, sofrimento e tristeza, temos a seguinte promessa alentadora: “Nenhuma dor sofrida por homens ou mulheres na Terra deixará de ter seus efeitos compensadores se for padecida com resignação e enfrentada com paciência”. (The Teachings of Spencer W. Kimball, ed. por Edward L. Kimball [1982], p. 168)
O Salvador ofereceu consolo e conselhos ao Profeta Joseph Smith (1805–1844) enquanto ele estava sofrendo na Cadeia de Liberty, explicando os efeitos positivos e as bênçãos que receberemos se suportarmos bem nossos fardos: “Todas essas coisas te servirão de experiência e serão para o teu bem”. (D&C 122:7) Ele continuou:
“Meu filho, paz seja com tua alma; tua adversidade e tuas aflições não durarão mais que um momento;
E então, se as suportares bem, Deus te exaltará no alto; triunfarás sobre todos os teus inimigos.” (D&C 121:7–8)
As pessoas reagem às dificuldades de maneira diferente. Alguns se sentem derrotados e abatidos pelos fardos que são chamados a carregar. Muitos começam a culpar as outras pessoas por suas dificuldades e fracassos e deixam de seguir os conselhos do Senhor. Uma tendência natural é tentarmos achar um atalho mais fácil na estrada da vida e ficarmos desanimados, cheios de dúvidas e até mesmo deprimidos ao nos depararmos com as dificuldades da vida.
O Élder Neal A. Maxwell, quando assistente dos Doze, distinguiu a diferença que existe entre as reações das pessoas diante das dificuldades: “Os ventos da tribulação, que apagam as velas do comprometimento de alguns homens, apenas servem para alimentar a fogueira da fé de [outros]”. (“Why Not Now?” Ensign, novembro de 1974, p. 12)
Se seguirmos os princípios eternos revelados pelo Senhor, adquiriremos força durante nossas dificuldades e seremos abençoados ao carregarmos nossas cargas e lidarmos com as provações e transpormos os obstáculos em nossa vida. A fim de ganharmos a força de que necessitamos, precisamos conhecer o Salvador e seguir Seus conselhos.
O Salvador garantiu que nos conhece pessoalmente, tem ciência de nossas necessidades e está presente em nossos momentos de aflição. Ele aconselhou-nos: “Em verdade vos digo que meus olhos estão sobre vós. Estou no meio de vós e não me podeis ver”. (D&C 38:7) O Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou: “O Salvador está em nosso meio, às vezes pessoalmente, com freqüência por meio de Seus servos, e sempre por meio de Seu Espírito”. ( The Lord’s Way [1991], p. 14)
O Salvador conhece todas as coisas passadas, presentes e futuras. Jacó ensinou: “Pois ele conhece todas as coisas e não há nada que não conheça”. (2 Néfi 9:20) Ele conhece as coisas de que precisamos antes mesmo de as pedirmos. (Ver 3 Néfi 13:8.)
Ele também conhece nossos pensamentos e os intentos de nosso coração e enxerga os recônditos mais profundos de nosso espírito eterno. (Ver Alma 18:32.) Ele ensinou: “Quanto às coisas que vos sobem ao espírito, eu as conheço”. (Ezequiel 11:5)
Ele conhece as tentações que enfrentamos. O Salvador foi tentado além de qualquer tentação que jamais poderíamos conhecer. As escrituras dizem: “Sofreu tentações, mas não lhes deu atenção”. (D&C 20:22) Ele está sempre pronto para libertar-nos em momentos de tentação. Paulo escreveu: “Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados”. (Hebreus 2:18) Pedro proclamou: “Sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos”. (II Pedro 2:9)
O Salvador “conhece as fraquezas do homem”. (D&C 62:1) Apesar de nossas fraquezas, Ele ama-nos de maneira incompreensível e oferece-nos grande esperança: “Dou a fraqueza aos homens a fim de que sejam humildes; e minha graça basta a todos os que se humilham perante mim; porque caso se humilhem perante mim e tenham fé em mim, então farei com que as coisas fracas se tornem fortes para eles”. (Éter 12:27)
Além de conhecer nossos pensamentos e intenções, tentações e fraquezas, Ele sabe tudo o que fazemos nesta vida. Ele disse: “Eis que meus olhos vêem e conhecem todas as suas obras”. (D&C 121:24; ver também 2 Néfi 27:27.) “E conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e (…) as tuas (…) obras.” (Apocalipse 2:19)
O Senhor está sempre pronto para auxiliar-nos nos dias de nossa dificuldade:
“Achegai-vos a mim e achegar-me-ei a vós; procurai-me diligentemente e achar-me-eis; pedi e recebereis; batei e ser-vos-á aberto.
Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome vos será dado, se for para vosso bem.” (D&C 88:63–64)
Ele está sempre pronto para consolar-nos e aconselhar-nos em nossos momentos de dificuldade e sofrimento. Jacó ensinou: “Confiai em Deus com a mente firme e orai a ele com grande fé; e ele consolar-vos-á nas aflições”. (Jacó 3:1)
O Senhor dá-nos um espírito de esperança e um sentimento de consolo e confiança de que podemos vencer os obstáculos que enfrentamos. Ele mostrou-nos a forma de adquirirmos força durante nossas dificuldades. Com o auxílio Dele, podemos ter êxito. Ouçamos Suas palavras de conselho e consolo: “Não temais, filhinhos, porque sois meus e eu venci o mundo (…); e nenhum dos que meu Pai me deu se perderá”. (D&C 50:41–42)
Mais uma vez, com um sentimento de amor, Ele garante-nos que está próximo e que nos guiará pela mão nos dias mais atribulados de nossa vida. Sua força nos susterá durante nossas dificuldades mesmo quando nos sentirmos enfraquecidos: “Portanto estou em vosso meio e sou o bom pastor e a pedra de Israel. Aquele que edificar sobre esta rocha jamais cairá”. (D&C 50:44)
Devido a Seu amor infinito por nós, Ele intercede ao Pai pelo perdão de nossos pecados e dá-nos as seguintes palavras de ânimo: “Rejubilai-vos e alegrai-vos, porque estou no meio de vós e sou vosso advogado junto ao Pai”. (D&C 29:5; ver também D&C 45:3; 62:1; 110:4.)
Se nosso embate for com o pecado, precisamos recordar que Ele está sempre disposto a perdoar-nos se verdadeiramente nos arrependermos. Com demasiada freqüência esquecemos que Ele é um Deus amoroso, terno e misericordioso. Alguns podem achar que não há esperança por terem falhado demasiadas vezes. O Senhor aconselhou-nos que há grande esperança para os pecadores se eles verdadeiramente se arrependerem:
“Se confessar seus pecados diante de ti e de mim e arrepender-se com sinceridade de coração, tu o perdoarás e eu também o perdoarei.
Sim, e tantas vezes quantas o meu povo se arrepender, perdoá-lo-ei de suas ofensas contra mim.” (Mosias 26:29–30)
Precisamos achegar-nos ao Senhor como Enos fez no passado: “E minha alma ficou faminta; e ajoelhei-me ante o meu Criador e clamei-lhe, em fervorosa oração e súplica, por minha própria alma; e clamei o dia inteiro, sim, e depois de ter anoitecido, continuei a elevar minha voz até que ela chegou aos céus”. (Enos 1:4)
Para recebermos a remissão de alguns pecados, pode ser que precisemos fazer orações da mesma intensidade. Os pecados graves devem ser confessados ao bispo, que é um juiz em Israel.
Os resultados do arrependimento verdadeiro e da remissão dos pecados são os sentimentos de paz, esperança, alegria e uma consciência tranqüila. (Ver Mosias 4:3.) Alma descreveu tais sentimentos com as seguintes palavras:
“Já não me lembrei de minhas dores; sim, já não fui atormentado pela lembrança de meus pecados.
E oh! que alegria e que luz maravilhosa contemplei! Sim, minha alma encheu-se de tanta alegria quanta havia sido minha dor.” (Alma 36:19–20)
Mórmon ensinou sobre o processo que ocorre quando recebemos a remissão de nossos pecados: “E a remissão dos pecados traz mansidão e humildade; e a mansidão e a humildade resultam na presença do Espírito Santo, o Consolador, que nos enche de esperança e perfeito amor, amor que se conserva pela diligência na oração até que venha o fim”. (Morôni 8:26)
Para que o Senhor nos ajude a adquirir força durante nossas dificuldades, devemos fazer as coisas que Ele nos aconselhou a fazer. Isso envolve voltar-nos para Ele e aplicar certos princípios do evangelho.
Confiar Nele. A confiança envolve humildade, um espírito disposto e submisso que se escora Nele e Seus conselhos revelados. O Senhor orientou-nos: “Buscai-me em cada pensamento; não duvideis, não temais”. (D&C 6:36) Adquirimos força quando buscamos fazer a vontade Dele e não a nossa. Com ternura, Ele nos disse: “Sê humilde; e o Senhor teu Deus te conduzirá pela mão e dará resposta a tuas orações”. (D&C 112:10) Ele é o caminho, e somente por meio Dele é que teremos êxito.
Seguir Seus conselhos. Recebemos grande força ao seguirmos os conselhos do Senhor. Jacó disse: “Não tenteis dar conselhos ao Senhor, mas, sim, recebei conselhos de sua mão”. (Jacó 4:10) Alma ensinou: “Aconselha-te com o Senhor em tudo que fizeres e ele dirigir-te-á para o bem”. (Alma 37:37)
O Senhor dá-nos conselhos em resposta a nossas orações. Ele aconselha-nos ao estudarmos as escrituras em busca de respostas para nossas dúvidas. Néfi escreveu: “Banqueteai-vos com as palavras de Cristo; pois eis que as palavras de Cristo vos dirão todas as coisas que deveis fazer”. (2 Néfi 32:3)
O Senhor dá conselhos por intermédio de Seus servos escolhidos. (Ver D&C 1:38.) Conselhos inspirados também podem vir de entes queridos. Quando estamos enfrentando dificuldades, nem sempre conseguimos enxergar e pensar com clareza. É por esse motivo que devemos dar ouvidos aos conselhos recebidos.
Precisamos de coragem para seguir os conselhos que nos são dados. O Senhor advertiu-nos que quando acharmos que não precisamos de Seus conselhos e dos conselhos de Seus servos e daqueles que se importam, “[cairemos] e [traremos sobre nós] a vingança de um Deus justo”. (D&C 3:4)
Ponderar Suas promessas. As escrituras estão repletas de promessas maravilhosas para aqueles que seguirem os conselhos do Senhor. Devemos ponderar essas promessas vigorosas e desenvolver fé e confiança Nele. Suas promessas são certas.
Por meio do rei Lími, recebemos uma grandiosa promessa de força: “Se vos voltardes para o Senhor com todo o coração e colocardes vossa confiança nele e o servirdes com toda diligência de vossa mente, se assim fizerdes ele vos livrará do cativeiro, de acordo com sua própria vontade e prazer”. (Mosias 7:33)
O Salvador dá-nos outras promessas maravilhosas que devem fortalecer-nos durante nossos momentos de dificuldade:
“Portanto tende bom ânimo e não temais, porque eu, o Senhor, estou convosco e ficarei ao vosso lado.” (D&C 68:6)
“E se fordes humildes e fiéis e invocardes meu nome, eis que vos darei a vitória.
Faço-vos a promessa de que desta vez sereis libertados de vossa escravidão.” (D&C 104:82–83)
O Senhor revelou outros princípios de grande eficácia que podem conceder-nos força interior. Se os aplicarmos, seremos abençoados com poder e paz de espírito.
Assumir a responsabilidade por nossas escolhas. Admitir e aceitar a responsabilidade por nossas escolhas e suas conseqüências é um passo inicial e crítico no processo de mudança. O Senhor explicou: “porque viste a tua fraqueza, serás fortalecido” (Éter 12:37; ver também D&C 135:5.) No grande plano, o Senhor ordenou: “para que todo homem aja (…) de acordo com o arbítrio moral que lhe dei, para que todo homem seja responsável por seus próprios pecados no dia do juízo”. (D&C 101:78)
Quando atribuímos a culpa por nossos atos às outras pessoas ou às circunstâncias, jamais adquiriremos força para mudar. Alguns têm a tendência de racionalizar seu comportamento ou recorrer a desculpas. Essas maneiras de agir são táticas ilusórias usadas para aliviar a culpa e fugir temporariamente de sentimentos de fracasso na tomada de decisões adequadas na vida. Elas enfraquecem nosso caráter e prolongam nosso sofrimento e estresse.
Cultivar a fé. A fé dá-nos forças para fazer as mudanças necessárias em nossa vida. (Ver 2 Néfi 1:10.) Se não tivermos fé suficiente, não poderemos mudar nem ser curados de nossas enfermidades. (Ver 3 Néfi 17:8.) Nossas fraquezas nunca se tornarão forças se não exercermos a plenitude da fé. Precisamos de fé para receber respostas para nossas orações. (Ver D&C 10:47.) Morôni ensinou: “Eis que vos digo que todo aquele que crer em Cristo, sem de nada duvidar, tudo o que pedir ao Pai, em nome de Cristo, ser-lhe-á concedido”. (Mórmon 9:21)
Jamais devemos subestimar o poder do Senhor, mesmo quando nos sentirmos impotentes. Néfi faz-nos lembrar o poder infinito do Senhor com as seguintes palavras: “Sim, e como é que vos haveis esquecido de que o Senhor é capaz de fazer todas as coisas segundo sua vontade, para os filhos dos homens, se nele exercerem fé? Sejamos-lhe, portanto, fiéis”. (1 Néfi 7:12)
Ele é de fato um Deus de milagres. (Ver 2 Néfi 27:23.) Morôni alertou-nos: “Pois, se não houver fé entre os filhos dos homens, Deus não pode fazer milagres entre eles”. (Éter 12:12) O Senhor advertiu-nos no tocante à fé: “Lembra-te de que sem fé nada podes fazer”. (D&C 8:10)
Desenvolver desejos justos. Nossa motivação para mudar vem dos desejos de nosso coração. Sem um desejo profundo e divino de arrependimento, não haverá transformação. Alma ensinou esse princípio vigoroso ao dizer: “Sei que ele concede aos homens segundo os seus desejos”. (Alma 29:4)
Aumentar nosso comprometimento. Sem comprometimento, nosso desejo tende a diminuir e morrer. O comprometimento dá-nos força e poder para efetuarmos as mudanças adequadas que desejarmos. Esse comprometimento deve ser como o de Néfi, na antigüidade. Ao receber uma designação difícil, sua reação foi marcada por um comprometimento justo voltado para a vitória: “Eu irei e cumprirei as ordens do Senhor, porque sei que o Senhor nunca dá ordens aos filhos dos homens sem antes preparar um caminho pelo qual suas ordens possam ser cumpridas”. (1 Néfi 3:7; ver também 1 Néfi 3:15.)
Jejuar e orar. O Senhor deu-nos o mandamento “de [continuarmos] em oração e jejum a partir de agora”. (D&C 88:76) Recebemos grande poder ao jejuarmos e orarmos acerca de nossas dificuldades e nosso bem-estar espiritual.
Ao jejuarmos, devemos fazê-lo com um propósito, orando e “com os olhos fitos na glória de Deus”. (D&C 4:5) Devemos empenhar-nos para adquirir autodomínio, ter pensamentos puros e refletir sobre as coisas espirituais. Podemos adquirir força por meio do estudo das escrituras durante o jejum. Devemos dar ouvidos aos sussurros do Espírito ao buscarmos soluções.
Devemos suplicar em oração ao Senhor que nos dê forças e nos livre do cativeiro de nosso comportamento. (Ver Alma 58:10; Jacó 3:1.) Devemos orar pedindo força para resistir às tentações. O Senhor adverte e aconselha: “Ora sempre, para não caíres em tentação e não perderes tua recompensa”. (D&C 31:12; ver também D&C 61:39; 10:5.) Devemos orar pedindo perdão e externando nosso amor e gratidão ao Pai Celestial.
Em conseqüência de nosso arrependimento sincero, orações e jejum, receberemos o perdão. Podemos sentir os frutos do Espírito com alegria. (Ver D&C 59:13.) Podemos ser santificados (ver Helamã 3:35) e herdar a vida eterna. (Ver Ômni 1:26.)
O jejum e a oração nos ajudarão a controlar nossos pensamentos, sentimentos, paixões e apetites. Poderemos sujeitar esses impulsos, bem como nosso corpo, ao espírito. Teremos maior espiritualidade, força, poder, humildade e testemunho. Conseguiremos receber respostas para nossas orações e desfrutar sentimentos de paz e consolo. Gozaremos da companhia do Espírito. Sentiremos um amor maior. Os sentimentos ruins serão extirpados de nossa alma. Teremos maior poder para resistir às tentações e vencer as fraquezas. Estaremos livres de preocupações desnecessárias. Nossa fé e nossa esperança aumentarão. A dúvida e o desânimo se dissiparão.
Recordar as bênçãos do sacerdócio. Ao passarmos por dificuldades, podemos pedir uma bênção do sacerdócio. Para que a bênção tenha efeito, precisamos ser humildes e doutrináveis. Devemos estar dispostos a submeter nossa vontade à vontade do Senhor, conforme formos orientados na bênção. Essa bênção pode ser uma grande fonte de conselhos do Senhor. Nossa mente pode ser iluminada e nosso conhecimento e compreensão podem ser aguçados. Ele deixou-nos uma promessa significativa em relação ao que será dito pelo portador do sacerdócio que pronunciar a bênção: “E tudo que disserem, quando movidos pelo Espírito Santo (…) será a vontade do Senhor, será a mente do Senhor, será a palavra do Senhor, será a voz do Senhor e o poder de Deus”. (D&C 68:4)
Devemos ter total fé e completa confiança nos conselhos que recebermos. Precisamos ter a coragem de segui-los. Se assim fizermos, receberemos maior poder para sairmo-nos vencedores em nossas dificuldades.
Ponderar nossa bênção patriarcal. Nossa bênção patriarcal é outra fonte de fortalecimento durante nossos momentos de dificuldade. O Presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) disse o seguinte acerca do Salvador: “Ele conhece de antemão todas as estratégias que o inimigo usará contra vocês. (…) Ele conhece suas fraquezas e suas forças. Pela revelação pessoal, vocês poderão vir a conhecer alguns de seus pontos fortes por meio de um estudo cuidadoso e fervoroso de sua bênção patriarcal”. ( The Teachings of Ezra Taft Benson [1988], p. 214)
O Presidente James E. Faust, quando servia no Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “Nossa bênção patriarcal pode trazer-nos alento quando estivermos desanimados, fortalecer-nos quando estivermos temerosos, consolar-nos quando estivermos tristes, dar-nos coragem quando estivermos ansiosos e erguer-nos quando estivermos com o espírito enfraquecido”. (“Patriarchal Blessings”, New Era, novembro de 1982, p. 6)
Se nossas dificuldades forem com o pecado, devemos ponderar a súplica fervorosa de Alma:
“E agora, meus irmãos, desejo, do mais íntimo de meu coração, sim, com grande ansiedade e até dor, que deis ouvidos a minhas palavras e abandoneis vossos pecados e não procrastineis o dia de vosso arrependimento;
Mas que vos humilheis perante o Senhor e invoqueis seu santo nome e vigieis e oreis continuamente para não serdes tentados além do que podeis suportar; e serdes assim conduzidos pelo Santo Espírito, tornando-vos humildes, mansos, submissos, pacientes, cheios de amor e longanimidade;
Tendo fé no Senhor; tendo esperança de que recebereis a vida eterna; tendo sempre o amor de Deus no coração.” (Alma 13:27–29)
As palavras do Salvador constituem conselhos adequados no tocante a dificuldades não relacionadas ao pecado: “Buscai diligentemente, orai sempre e sede crentes; e todas as coisas contribuirão para o vosso bem, se andardes retamente e vos lembrardes do convênio que fizestes uns com os outros”. (D&C 90:24)
Todos os conselhos contidos nas escrituras e nas palavras das Autoridades Gerais são palavras de esperança. Refletem o amor que o Salvador tem por nós e Seu desejo de que tenhamos sucesso. Não existe outra maneira de adquirirmos força em nossos momentos de necessidade. Se seguirmos Seus conselhos, encontremos força infinita em nossas provações.
Publicado por Roberto Figueiredo l Postado em 28 / maio / 2023